Vox nostra resonat

A guitarra na Galiza

O ensino da guitarra na Galiza (1)

Isabel Rei Samartim
jueves, 12 de enero de 2023
Academia de César Rivera em Vigo. Faro de Vigo, 28 de setembro de 1899 © by Isabel Rei Samartim Academia de César Rivera em Vigo. Faro de Vigo, 28 de setembro de 1899 © by Isabel Rei Samartim
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Por muito tempo, na Galiza o ensino de música foi realizado em centros educativos independentes do ensino básico, como eram os conservatórios, academias de música e aulas particulares. Mas existiu um ensino histórico de música nalgumas instituições públicas, como as escolas de surdo-mudos e cegos, onde o ensino musical era uma das especialidades com futuro laboral para as que se formava o alunado.

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O primeiro conservatório da Ponte Vedra foi inaugurado em março de 1863, sendo o seu diretor António Maria Mendez e vice-diretor Mauro Vellon. A crónica da inauguração escrita pelo pontevedrês Luis Rodríguez Seoane (El Gallego, 1863), ligado à Tuna compostelana, incluía como parte da secção teatral Francisco Mirelis, pai do guitarrista Júlio Mirelis. Também a Sociedade Económica pontevedresa abriu em torno a 1890 uma Escola de Artes e Ofícios onde se incluía o ensino para varões de solfejo, canto, piano e cordofones de arco, e para mulheres só de solfejo, canto e piano, evitando assim formar as mulheres em instrumentos próprios de grandes conjuntos. Ao parecer, não estavam incluídos os cordofones dedilhados. Para mais informação sobre o conservatório pontevedrês veja-se Otero (2014).

Anúncio de aulas de guitarra em Compostela. Gaceta de Galicia, 13 de outubro de 1887, p. 3. © by Dominio Público / Galiciana.Anúncio de aulas de guitarra em Compostela. Gaceta de Galicia, 13 de outubro de 1887, p. 3. © by Dominio Público / Galiciana.

Antes, em 1849 fundava-se a Escola Normal compostelana, com ensino musical desde 1879, sendo o professor de música nesse ano Pedro Castan Trallero (Marco e Porto, 2000, p. 52). A Sociedade Económica, fundada em 1784, não implementou o ensino musical até 1877 mas, apesar de alguns professores do estabelecimento como os violinistas José Courtier e José Gómez Veiga "Curros" colaborarem habitualmente com orquestras de corfodones, o ensino de guitarra não seria incluído até 1963, dez anos mais tarde da sua constituição como conservatório em 1953 (Real Sociedad Económica de Amigos del País de Santiago, 2010, pp. 33-34).

Ao conservatório da Corunha, aberto em 1942, a guitarra chegava em 1966. No de Vigo, constituído em 1956, incluía-se em 1970. O conservatório de Ourense, em funcionamento desde 1958, teve ensino de guitarra desde 1971 e o de Lugo desde 1980 (Franqueira, 2015, pp. 59-61; Iglesias, López e Miguéns, 2008). Como vemos, isto aconteceu no século XX, em que se desenvolve uma outra história do instrumento. Continuemos, por agora, no século XIX.

A continuação apresentamos alguns dos centros educativos, financiados com fundos públicos e privados, de que temos notícia que se dava ensino de guitarra e cordofones dedilhados no século XIX. 

Sabemos que a listagem é incompleta, pois com certeza o número de escolas de guitarra era muito maior. Isso, sem termos em conta que cada uma das orquestras populares de cordofones dedilhados eram uma escola de música dedicada ao ensino desses instrumentos. Contudo, confiamos em que estes primeiros passos ajudem a esclarecer as sombras que até agora se mantinham em torno a estes instrumentos que, quer por ter sido expulsos da tradição galega, quer por ter sido expulsos da tradição clássica, parecem flutuar contraditoriamente num mundo pouco conhecido e, por vezes, invisível.

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Nesta série de artigos já temos explicado o funcionamento da Escola de Surdo-Mudos e Cegos de Manuel Lopez Navalon, em Compostela, que é a primeira instituição educativa dependente do Estado onde se regista ensino musical. 

Também explicamos o ensino de cordofones dedilhados no Liceu Fernando Blanco de Cee, e temos tratado das históricas escolas de música em Betanços. Passamos, então, a listar outros lugares de ensino na Galiza.

Indícios do ensino guitarrístico na Corunha

Graças aos trabalhos de Carolina Queipo (2007, p. 106) sabemos que havia vários professores de guitarra na Corunha durante os anos de 1835 e 1839. Um deles era Pablo Segura. Outro, José Porto. Destes dous não tivemos ainda mais informações. E havia um terceiro chamado Cândido Beiro que oferecia aulas de violino e guitarra. 

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Hoje sabemos que Cândido Beiro (m. 1882) era um organista cego e franciscano, nascido em Betanços, que ganhava a vida com as atuações nas diferentes igrejas e mosteiros onde trabalhou e, pelos vistos, também com as aulas particulares de violino e guitarra, instrumentos que devia dominar. Na nossa experiência, temos na Galiza numeros@s guitarristas cuja memória está dissimulada, ou apagada, por terem sido historiados como músicos doutros instrumentos.

A Escola de Cegos da Corunha

Também houve no fim do século uma iniciativa privada na Corunha de ensino a invisuais organizada pelo padre José Maria Salgado Ferreiro (1840-1919). Para conhecer melhor a vida de Salgado veja-se o artigo de García Cortés (2016), aqui unicamente faremos alusão a alguma parte da sua vida para fazer a descrição da sua escola.

Em 1890 Salgado retornou da Argentina, onde morava e exercia desde 1870 desenvolvendo atividades ligadas à Casa da Galiza como a fundação do Grande Hospital de Buenos Aires e outras ações benéficas. Em 1893 abre uma Escola de Crianças Pobres no baixo da casa n.º 8 do Campo da Lenha, que dous anos mais tarde, em 1895, é ampliada às crianças varões invisuais, passando a denominar-se Escuela de Ciegos y Niños Pobres.

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Na escola de Salgado dava-se ensino primário completo e formação musical específica, seguindo a metodologia implementada pelo Colegio Nacional de Sordomudos y Ciegos de Madrid: Leitura e escritura em Braille, os aparatos de Juncal e Llorens, matemática, religião e moral, gramática castelhana, história da Espanha, geografia e conhecimento através do tato, solfejo e os instrumentos: piano, harmónio, violino, guitarra, contrabaixo e flauta (Escuela Gratuita de Ciegos y Niños Pobres, 1904, p. 4).

A escola era subsidiada pela Câmara municipal e a Deputação provincial, as quotas dos sócios protetores, e as petições públicas em que participava a cidadania corunhesa. O próprio Salgado assim o afirmava em entrevista feita pelo cego madrileno, e representante do citado Colegio Nacional, Eugenio Canora Molero (1913, pp. 50-51):

-¿Y podría usted decirme, aproximadamente, los ingresos de que dispone para cubrir las atenciones de la Escuela que dirige?
-Con muy poco, señor. Cuento con 1.000 pesetas anuales del Ayuntamiento. Otras 1.000 en igual forma de la Diputación Provincial y una suscripción pública y voluntaria que oscila entre 200 á 300 pesetas mensuales, y con estos recursos sostengo á más de los gastos obligados de material y útiles de enseñanza, un Profesor para niños videntes con un haber mensual de 90 pesetas y casa en el domicilio de la escuela, y otro Profesor ciego, que es su amigo Sr. Caño, con 100 pesetas, sin ningún otro emolumento. Tengo además, un auxiliar, ciego también, y discípulo de Caño, que se llama Remigio Boado, que hasta la fecha no disfruta haber ni gratificación de ningún género [...]
-¿Y no ha tenido usted auxilio ni subvención alguna de algún Ministerio?, volví a preguntarle.
-Una solamente de 2.000 pesetas que me concedió mi paisano el Sr. Linares Rivas.

Supomos que falava do compostelano Aureliano Linares Rivas na segunda etapa como Ministro de Fomento, entre os anos 1895 e 1897. Nesse momento foi quando se efetivou esse subsídio do Estado que permitia a ampliação da Escola. Além disso, na Memória da Escola publicada em 1904 assegurava-se que os donativos da Câmara e da Deputação, desde 1897, eram de 500 pesetas cada uma delas, fazendo um total de 1.000 pesetas anuais entre as duas instituições (Escuela Gratuita de Ciegos y Niños Pobres, 1904, p. 6).

Canora Molero tinha viajado à Corunha para conhecer a situação da Escola de Salgado e as associações de invisuais na Corunha, na sua memória assinada em outubro de 1912 dá conta de duas associações que, ao parecer, não funcionavam bem e privavam os associados dos seus direitos (Canora, 1913, p. 49):

Desde que crucé mis primeras palabras con los ciegos de La Coruña, comprendí que no existían entre ellos verdaderos lazos de unión y fraternidad, ni esa disposición de ánimo necesaria para todo espíritu de asociación que tiende á mejorar la condición de una clase, que como la de los ciegos precisa más que ninguna otra, el apoyo y protección de los que ven y la concordia y buena fe de los que han de asociarse para defender su propia causa. A esta falta de unión y solidaridad de los ciegos, se debe sin duda el funcionamiento irregular y anómalo de las dos Sociedades que se han creado á la sombra de una falsa protección á los seres privados de vista, y en cuyas Asociaciones carecían los ciegos de derechos activos.

Eis o panorama que Canora Molero descreve, e que servirá para criar na Corunha a primeira sucursal do Centro Instructivo y Protector de Ciegos de Madrid que, como ele explica, deixou fundada antes do seu retorno.

A Escola de Salgado começou rapidamente a ter bons resultados como o sucesso na Exposição Regional de Lugo do ano 1896, em que participaram cinco alunos da escola (El Regional, 1896c).

Aulas particulares em Compostela

Anúncio de aulas de guitarra em Compostela. Gaceta de Galicia, 16 de fevereiro de 1899, p. 3. © by Dominio Público / Galiciana.Anúncio de aulas de guitarra em Compostela. Gaceta de Galicia, 16 de fevereiro de 1899, p. 3. © by Dominio Público / Galiciana.

As duas últimas décadas do século XIX fazem parte de uma época de enorme atividade guitarrística e de cordofones dedilhados em Compostela. Galiza receberá a visita de grandes guitarristas como João Parga, Reinaldo Varela e António Gimenez Manjon. A atividade musical em teatros e cafés é constante. A Tuna compostelana organiza-se já de modo mais ambicioso e as orquestras de plectro com guitarras desenvolvem-se na cidade. 

De outubro a dezembro de 1887 anunciam-se na Gaceta de Galicia umas aulas de guitarra e solfejo, sem nome do professor ou professora, que se atendem no número 3 da Carreira do Conde (Gaceta de Galicia, 1887e).

Anúncio de aulas de guitarra em Compostela. Gaceta de Galicia, 24 de setembro de 1892, p. 3. © by Dominio Público / Galiciana.Anúncio de aulas de guitarra em Compostela. Gaceta de Galicia, 24 de setembro de 1892, p. 3. © by Dominio Público / Galiciana.

Entre setembro e outubro de 1892 anunciava-se uma professora de acordeão que lecionava também ocarina, guitarra e bandurra, e ensinava no lugar que poderia ser a sua própria vivenda, o 2º piso do número 41 da central rua do Vilar (Gaceta de Galicia, 1892h). Do mês de fevereiro até ao mês de março de 1899 repete-se o anúncio de lições de guitarra e solfejo, desta volta dirigidas a homens e mulheres, indicando o endereço da rua do Hôrreo, número 17 (Gaceta de Galicia, 1899c).

A Academia de Música de César Rivera em Vigo

Membro de uma conhecida família de Vigo, César Rivera foi um músico viguês que trabalhou por tempo indefinido no conhecido armazém de música de Sanchez Puga, ao tempo que dava aulas de solfejo, guitarra e bandurra na sua academia de música (Faro de Vigo, 1899).

Também começou a ser conhecido como pianista (Noticiero de Vigo, 1905c), ao tempo que integrava a diretiva da Asociación de Dependientes de Comercio (Noticiero de Vigo, 1906e; El Diario de Pontevedra, 1907). Depois disso deveu viajar à América Latina, segundo relatou Jaime Solá Mestre num artigo onde realizava uma breve, mas eloquente, descrição de César Rivera (Vida Gallega, 1913):

-¡Ave, César!- exclamé á mi vez, evocando la figura y los hechos de aquél César que en Vigo, en el almacén de Sánchez Puga, vendía música, tocaba el violín y aprendía el piano al mismo tiempo.

E prossegue Solá, referindo-se a Rivera como violinista e gravador de música:

Yo no olvidaré, porque me alegra el bien ajeno, que días mas tarde, uno del crudo invierno argentino, entró aterido César en mi habitación, llevando su violín debajo del brazo, y que me dijo que iba á aprender el oficio de grabador de música. Y menos olvidaré que dos meses después, antes de partir, ya me anunció, alborozado, que habia dejado de ser aprendiz para entrar en el número de los empleados bien retribuidos.
-Ave, César- exclamé otra vez. Y añadí: -Tu grabado te dará de comer con tu labor del día. Con tu violín conquistarás, por la noche, un campo en la Pampa. Tú serás poderoso, César. ¡César es un buen nombre para imperar en estas tierras!.

Porém, César Rivera deveu voltar à Galiza, porque a seguinte e última notícia que achamos dele é a da sua estranha morte num lugar de Monforte, onde estava a trabalhar como pianista, depois de trabalhar como violinista durante um tempo em Ourense.

Rivera foi achado morto pouco antes do golpe militar, no mês de maio de 1936, atirado num regato da freguesia de Gulhade, em Monforte de Lemos. O caso foi noticiado como um “trágico sucesso”. A mesma notícia informa de que Rivera tinha dous irmãos, a trabalharem em Ourense e Vigo, e que nos últimos tempos tinha aberto uma escola para crianças (El Pueblo Gallego, 1936).

Hoje sabemos que o terror e os assassinatos começaram meses antes do 18 de julho de 1936. Vários autores, entre os que recomendamos a obra do padre francês Jean Flory (1938) por se focar na Galiza e ser o testemunho de alguém que viviu a guerra na própria carne, trataram o comportamento do bando rebelde após a perda das eleições em fevereiro daquele ano. O terror policial, principalmente veiculado através da Guarda Civil, refletia a incapacidade dos fascistas de assumir o resultado das eleições. As autoridades militares praticaram assédios, detenções e registos injustificados contra pessoas progressistas, entre elas muitos professores e professoras, que defendiam a legalidade democrática. Por isso é plausível que a ‘estranha morte’ de César Rivera fosse uma consequência deste tipo de atuações.

Um outro exemplo de memória histórica na figura dum guitarrista é o acontecido com Evangelino Taboada e a sua família, o qual também sofreu represálias desde muito antes do 18 de julho, como tantos outros cidadãos progressistas vigueses. Sobre este caso haverá mais notícias nos próximos meses.

O ensino de guitarra em Lugo e Ourense

Adrio (1935, p. 190) informa de que em novembro do ano de 1880 a Deputação de Ourense emitia um subsídio de 1.500 pesetas anuais para o estabelecimento de uma Escola Municipal de Música orientada às crianças órfãs e aberta a todos os solicitantes. Não sabemos se incluía o ensino de guitarras e cordofones dedilhados.

Como no caso de Lugo, na cidade de Ourense temos mais notícias durante o século XX do que no XIX. Contudo, é bastante possível que qualquer um dos guitarristas lugueses e ourensanos registados no século XIX tivesse dado aulas particulares de guitarra, sem este facto ter sido publicado nos jornais ou em nenhum outro documento. Especialmente se algum deles também tinha algum tipo de negócio de venda de instrumentos ou cordas de guitarra, como eram os casos de Ramon Modesto Valencia em Ourense, ou Gerónimo Ducha em Lugo.

Referências bibliográficas
  1. Adrio Menéndez, José. (1935). Del Orense antiguo. Ourense: Imprensa "La Popular". Ed. Fascimilar de 2001. Ourense: Concelharia de Cultura.
  2. Canora Molero, Eugenio. (1913). Memoria explicativa del viaje de estudio hecho á las provincias de Alicante, Valencia, Barcelona, Zaragoza, Bilbao, Santander y Coruña. Madrid: Imprenta del Colegio Nacional de Sordomudos y de Ciegos.
  3. El Diario de Pontevedra. (1907). Ponte Vedra: 9 de março, p. 3.
  4. El Gallego (1863). Crónica General. Buenos Aires: 18 de março, p. 3.
  5. El Pueblo Gallego. (1936). Monforte. En términos de Gullade aparece un hombre muerto. Vigo: 20 de maio, p. 9.
  6. El Regional (1896c). Exposición Regional de Lugo. Lugo: 11 de outubro, p. 2.
  7. Escuela gratuita de ciegos y niños pobres de la Coruña (1904). Memoria. Corunha: Gutenberg.
  8. Faro de Vigo. (1899). Vigo: 28 de setembro, p. 3. Ver em La Hemeroteca de Faro de Vigo en CD-ROM.
  9. Flory, Jean. (1938). Galicia bajo la bota de Franco. Episodios sobre el terror blanco acaecidos em las provincias de Galicia, contados por quienes los han vivido. Tradução ao castelhano, prólogo e notas de Carlos Fernández Santander (2005). Compostela: Alvarellos.
  10. Franqueira Barca, Sergio. (2015). La agrupación guitarrística gallega y la guitarra en Galicia entre 1977-1984, 2 v. Tese de doutoramento. Universidade de Santiago de Compostela.
  11. Gaceta de Galicia (1887e). Santiago de Compostela: 13 de outubro, p. 3.
  12. Gaceta de Galicia (1892h). Santiago de Compostela: 24 de setembro, p. 3.
  13. Gaceta de Galicia (1899c). Santiago de Compostela: 16 de fevereiro, p. 3.
  14. García Cortés, Carlos. (2016). "José María Salgado Ferreiro (1840-1919). Fundador de la escuela coruñesa de ciegos y niños pobres". Compostellanum: revista de la Archidiócesis de Santiago de Compostela, 61(1-4), pp. 647-695.
  15. Iglesias, Xosé Manuel, López Fernández, Pilar e Miguéns, Juan Enrique. (2008). Conservatorio Profesional de Música de Ourense: 1957-2007, cincuenta anos de música. Ourense: Conservatório Profissional de Música.
  16. Marco López, Aurora e Porto Ucha, Anxo Serafin. (2000). A Escola Normal de Santiago de Compostela. Santiago de Compostela: Universidade de Santiago de Compostela.
  17. Noticiero de Vigo. (1905c). Lavadores. Vigo: 9 de janeiro, p. 1.
  18. Noticiero de Vigo. (1906e). Dependientes de comercio. Vigo: 25 de janeiro, p. 3.
  19. Otero Urtaza, Fernando. (2014). Del Conservatorio del Príncipe D. Alfonso al CMUS Manuel Quiroga. 150 aniversario de la fundación del Conservatorio de Pontevedra. Ponte Vedra: Deputación de Pontevedra.
  20. Queipo Gutiérrez, Carolina. (2007). "La ópera italiana y la música para guitarra decimonónica de un fondo desconocido coruñés". Manuel-Reyes García (Coord. e ed.). El futuro de las Humanidades (pp. 103-110). Betanços: Imprenta Lugami.
  21. Real Sociedad Económica de Amigos del País de la Ciudad de Santiago. (2010). Memoria anual. Santiago de Compostela: RSEAPS.
  22. Rei-Samartim, Isabel. (2020). A guitarra na Galiza. Tese de Doutoramento. Universidade de Santiago de Compostela.
  23. Vida Gallega. Ilustración regional. (1913). "Los gallegos en la Argentina". Vigo: 20 de agosto, p. 8.
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