O Arquivo Canuto Berea é um arquivo deficitário, quer dizer, as obras que conserva não foram acumuladas por colecionismo ou uso das partituras, como no caso dos fundos particulares de intérpretes profissionais e amadores, mas por terem ficado no armazém, ou seja, por não se terem vendido.
Neste artigo apresentamos alguns dos centros educativos galegos, financiados com fundos públicos e privados, de que temos notícia que se dava ensino de guitarra e cordofones dedilhados no século XIX.
Além de partituras antigas em perfeito estado e uma boa coleção de música religiosa, o fundo musical do Seminário Maior oferece pistas para o estudo das mulheres intérpretes de música em Compostela.
Manuel López Navalón estudou magistério em Madrid, onde trabalhava como Professor de Escritura no Colegio Nacional de Sordomudos y de Ciegos desde 1854.Em 1863 assume o cargo de Diretor do centro compostelano e será aqui onde realize um trabalho imenso de revolução pedagógica.
O Método completo de guitarra (1892) de Júlio Mirelis é o primeiro método para guitarra documentado e publicado na Galiza.Para a história da guitarra galega significa, por um lado, a evolução dos métodos ou anotações didáticas anteriores, que eram manuscritas, e por outro lado, a evidência do uso popular do instrumento refletida em papel impresso.
A evolução e intensidade da corda dedilhada em Vigo reflete-se nos múltiplos agrupamentos que existiram na cidade.A implicação da burguesia era um dos motores fundamentais, que rivalizava com a intensa e extensa atividade popular em torno dos cordofones dedilhados.
Há notícia de Agostinho Rebel através do seu aluno prodígio, o conhecido guitarrista de fado Martinho d'Assunção (Portal do Fado, 2010), e por ter publicado em Lisboa dous métodos de guitarra: «Método elementar progressivo para Guitarra Espanhola» e o «Novo método para Guitarra Española Elementar e Progressivo».
Henrique Lens Viera, pianista e compositor galego, enquanto morou na Galiza não foi alheio ao impulso que a guitarra e as orquestras de plectro experimentaram no último terço do século XIX e primeiro do XX.
A febre das orquestras de guitarras era total na Corunha.Algum destes agrupamentos tem sido qualificado de "monstro" por integrar dezenas de intérpretes com os instrumentos "guitarras, guitarrones, bandurrias, cítaras, bandolones, octavinos y bandolines" (El Lucense, 1891).
Na Galiza o termo rondalla pode significar qualquer grupo musical que toca pelas ruas e não se usa sempre para referir os grupos de cordofones, por isso aqui escolhemos o nome de orquestras ou grupos de plectro, ou orquestras de guitarras/violas.